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Cursinho preparatório para policiais ensina como estuprar cadáveres de mulheres e tortura

No início desta semana, viralizou na internet um vídeo do ex-policial, dono e professor de um cursinho preparatório para carreira de policiais militares, Evandro Guedes, ensinando como estuprar um cadáver. Na gravação, ele declara:

“Aí você passa num concurso de técnico de necropsia de nível médio. Aí você tá lá e vem uma menina do ‘Pânico na TV’ morta. Meu irmão, com aquele rabão e ela enfartou de tanto tomar bomba, enfartou na porta do necrotério. Duas horas da manhã, não tem ninguém. Você bota a mão: ‘Uhmmm, quentinha ainda’. O que você vai fazer? Vai deixar esfriar?”.

Além da chocante declaração, o ato narrado é crime caracterizado como vilipêndio de cadáver, tipificado no Artigo 212 do Código Penal. O crime consiste em tratar de forma vexaminosa o corpo, imagem ou cinzas de uma pessoa morta. Evandro sabe disso, mas desdenha do fato. No vídeo, ele declara:

“Meu irmão, eu assumo o fumo de responder pelo crime. […] É crime? É, você mexeu com a honra do cadáver, o sujeito passivo do crime é o familiar da vítima. […] Tem que responder pelo crime, mas a pena é desse tamanhozinho, vale à pena responder”.

O vídeo repercutiu nas redes sociais e causou comoção. Umas das reações mais contundentes foi da atriz, cantora e compositora, Zélia Duncan, no qual ela questiona “O estupro de um corpo que já não tem vida, deixa de ser estupro? Um estupro chamado de vilipêndio, é menos sórdido e criminoso por isso? Por conta de uma palavra? Quanto vale, quanto valeu a vida de uma mulher, que depois de morta vira só o objeto que sempre foi em vida, mas agora inanimado, quanto vale?”

O vídeo de Evandro Guedes foi incluído em um inquérito civil em andamento na 12ª Promotoria de Justiça de Cascavel, no oeste do Paraná, onde o curso tem sede.

 

Cursinho é o mesmo que PRF ensina a fazer “câmara de gás” em porta-malas de viatura

A aula de Evandro Guedes aconteceu no mesmo cursinho em que o policial Ronaldo Bandeira, servidor da PRF em Santa Catarina, ensina como fazer uma ‘câmara de gás’ em uma viatura. Durante a aula, divulgada amplamente em maio de 2022, ele narra um caso em que teria usado gás lacrimogêneo no camburão.

“A gente estava na parte de trás da viatura, ele ainda tentou quebrar o vidro da viatura com chute. Ficou batendo o tempo todo”, declarou. Sorrindo, ele acrescenta: “A pessoa fica mansinha. Daqui um pouco só escutei: ‘Vou morrer! Vou morrer’. Aí eu fiquei com pena, cara. Abri [e falei] assim: ‘Tortura!’, e fechei de novo”.

Com a divulgação das imagens, a corregedoria da Polícia Rodoviária Federal apurou os fatos e acionou o Ministério da Justiça para demitir o policial Ronaldo Bandeira em um processo administrativo disciplinar. A decisão final sobre a exoneração está nas mãos do Ministério da Justiça.

O procedimento narrado por Bandeira na aula do cursinho é o mesmo utilizado no assassinato de Genivaldo Santos, que morreu no dia 25 de maio de 2022, em Umbaúba, no sul do estado de Sergipe, após uma abordagem de policiais rodoviários federais.

Abordado pelos agentes por não usar capacete enquanto dirigia uma motocicleta, os vídeos divulgados em redes sociais na ocasião mostram um dos agentes tentando imobilizar Genivaldo com as pernas no pescoço dele e, em seguida, sendo algemado e tendo os pés amarrados. Em seguida, Genivaldo é colocado no porta-malas do carro da PRF. Os policiais jogam gás e fecham o compartimento.

Genivaldo se debate, com os pés para fora do porta-malas, enquanto os policiais pressionam a porta. Os policiais envolvidos na morte de Genivaldo respondem por crimes de homicídio triplamente qualificado e tortura-castigo. Eles estão presos enquanto aguardam julgamento.

 

Transcrição completa do vídeo da atriz, cantora e compositora Zélia Duncan

QUEM ESTÁ MORTO?

Uma mulher, depois de morta, deixa de ser mulher?

O estupro de um corpo que já não tem vida, deixa de ser estupro? Um estupro chamado de vilipêndio, é menos sórdido e criminoso por isso? Por conta de uma palavra? Quanto vale , quanto valeu a vida de uma mulher, que depois de morta vira só o objeto que sempre foi em vida, mas agora inanimado, quanto vale?

O vilipêndio do corpo feminino, desumanizado após a morte, já vem sendo desumanizado em vida. Temos visto e vivido isso. O patriarcado, orgulhoso de seus desvios, em nome de dominação e baixa autoestima, é bom professor na matéria.

Eu assisti ao vídeo repugnante, porque precisamos agir, falar, nos informar para nos defendermos e para tentarmos que todos sejam atingidos pela indignação que o crime merece.

À medida em que eu ouvia, ia realizando o que de tão aviltante, eu até demorei pra entender.

Que um ex-policial militar estava contando sua experiência, como se descrevesse uma coisa imperdível para os seus colegas, seus iguais. E isso tb dói, pensar que a criatura tem quase dois milhões de iguais, só nas redes e mais iguais em suas “aulas”. sim, aulas. Qual será o nome do curso nas internas, quando o IML vira apenas um espaço congelado de lei e de humanidade?

Termino com uma pergunta: quem está de fato morto, o corpo violentado, ou o zumbi que se lambuza nas entranhas de sua própria podridão?

 


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